Autor (a) Carl Sagan
Editora Companhia de Bolso
Páginas 512
Ano 2006
Ano 2006
Assombrado com as explicações pseudocientíficas e místicas que ocupam cada vez mais os espaços dos meios de comunicação, Carl Sagan reafirma o poder positivo e benéfico da ciência e da tecnologia para iluminar os dias de hoje e recuperar os valores da racionalidade. Como todos os livros do autor, O mundo assombrado pelos demônios está cheio de informações surpreendentes, transmitidas com humor e graça. Seus ataques muitas vezes divertidos à falsa ciência, às concepções excêntricas e aos irracionalismos do momento são acompanhados por lembranças da infância, quando seus pais o colocaram em contato pela primeira vez com os dois modelos de pensamento fundamentais para o método científico: o ceticismo e a admiração.
●●●
O livro foi publicado à mais de 20 anos e é um choque de realidade acompanhar os mesmos artifícios pseudocientíficos da época sendo presenciados hoje, nos levando a acreditar que quase nada mudou em relação a divulgação científica no decorrer de duas décadas, pois ainda somos bombardeados pelos meios de comunicação com artigos referentes a símbolos em plantações, teorias de que o homem não foi a lua, reptilianos atuando em conjunto com o governo, faces ou monumentos em marte, entre outros.
“Saber muito não lhe torna inteligente. A inteligência se traduz na forma que você recolhe, julga, maneja e, sobretudo, onde e como aplica esta informação.”Podemos dizer que o grande trunfo de Carl Sagan é nos trazer de forma divertida e descontraída informações científicas e criticar delicadamente as pseudociências e o místico. Vale lembrar também que ele é o criador da série televisiva Cosmos: Uma Viagem Pessoal, que ele mesmo narrou e escreveu. Obra super recomendada!
"Uma das lições mais tristes da história é a seguinte: se formos enganados por muito tempo, a nossa tendência é evitar qualquer evidência do logro. Já não nos interessamos em descobrir a verdade. O engano nos aprisionou. É simplesmente doloroso demais admitir, mesmo para nós mesmos, que fomos enganados."
"Conheço muitos adultos que ficam desconcertados quando as crianças pequenas fazem perguntas científicas. Por que a Lua é redonda? (...) "Como é que você queria que a Lua fosse, quadrada?" As crianças logo reconhecem que esse tipo de pergunta incomoda os adultos. Novas experiências semelhantes, e mais uma criança perde o interesse pela ciência. Porque os adultos têm de fingir onisciência diante de crianças de seis anos é algo que nunca vou compreender. O que há de errado em admitir que não sabemos alguma coisa? A nossa auto-estima é assim tão frágil?"
Comentários
Postar um comentário