Autor (a) Saymon Cesar
Editora Novo Século
Selo Talentos da Literatura BrasileiraPáginas 240
Ano 2015
No princípio dos tempos, as sociedades de Hedoron acreditavam nos mandamentos dos servos de Materyalis, suposto deus criador do Universo e da vida. A lenda diz que a divindade se angustiou ao observar os atos corruptíveis das suas criaturas e atribuiu a si toda a culpa da imperfeição dos povos. Sua consciência atordoada separou sua essência em duas entidades, criadoras de ideologias extremistas que dividiram a crença das sociedades. Assim nasceu a materja, a guerra que visa a consolidação de uma verdade entre todas as raças. Avessa ao propósito da contenda milenar, surge uma sociedade secreta, que busca o único artefato capaz de desvendar o que realmente foi Materyalis e, assim, livrar os povos da dúvida que os condenou aos intermináveis confrontos. Mas, para chegar ao objetivo, é necessário usar a misteriosa aptidão de cinco indivíduos habitantes de Aliank, um reino dominado por contradições que podem apressar a ruína do mundo antes que a verdade sobre Materyalis seja revelada.
A primeira coisa que merece admiração no livro é sua nacionalidade, já que o gênero não é tão explorado quanto poderia ser no Brasil.
"A lenda de Materyalis, as Crônicas de Aliank", vol. I, do autor Saymon Cesar, é uma fantasia publicada pela editora Novo Século, sob o selo Talentos da Literatura Brasileira, que conta a história de heróis em busca da verdade sobre a origem da realidade que os rodeia.

A estória foca na busca pelo Sinkra, um artefato que supostamente detém a "fórmula da criação da vida", pelos integrantes de uma sociedade secreta que se intitulam veniristas, os quais almejam acabar com a guerra ideológica chamada marteja.
O mundo é bem desenvolvido pelas 240 páginas que possui - tamanho razoavelmente curto comparado a outras fantasias que conhecemos. É escrito em terceira pessoa por um majurk - raça criada pelo autor - que foi incumbido de uma importante missão sobre a qual a narração se desdobra.
Logo no prólogo, em que é transcrita uma carta sobre os propósitos veniristas, tive a impressão de que a leitura seria maçante, já que a linguagem da mesma vai um pouco além da norma culta que já conhecemos - com pronomes e conjugações que são estranhos aos nossos olhos! Porém, assim que o primeiro capítulo chega, a leitura se tranquiliza e conseguimos manter o ritmo de leitura.

Dos personagens que encontrei no mundo de Saymon alguns já são familiares, como os elfos e, nós, humanos; já outros, como os majurk, nunca fizeram parte de uma leitura que tive - e esse é outro ponto interessante na obra, já que em uma fantasia o que se espera são seres diferentes dos que conhecemos, capazes de fazer bom uso de nossa imaginação fértil e transformá-la em um terreno arado com sementes já plantadas, que crescerão de acordo com o desenrolar da estória. Além de raças, Cesar também criou objetos mágicos e dons que podem acometer alguns indivíduos, características que também enriquecem seu livro e servem como corpo para o desenvolver da trama.
No todo, achei a leitura interessante. Apesar de os heróis não terem personalidades marcantes, muitas vezes sendo apenas o que se espera de seres com características opostas, completamente dentro do conceito de bem ou mal, certo ou errado, sem a dualidade com que nós estamos acostumados no nosso dia a dia e que torna personagens apaixonantes e mais reais, a trama principal é curiosa, valendo a pena a leitura do primeiro volume.
Ficamos no aguardo dos próximos volumes!


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