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Resenha | Jardins da Lua

Desde pequeno, Ganoes Paran decidiu trocar os privilégios da nobreza malazana por uma vida a serviço do exército imperial. O que o jovem capitão não sabia, porém, era que seu destino acabaria entrelaçado aos desígnios dos deuses, e que ele seria praticamente arremessado ao centro de um dos maiores conflitos que o Império Malazano já tinha visto.
Paran é enviado a Darujhistan, a última entre as Cidades Livres de Genabackis, onde deve assumir o comando dos Queimadores de Pontes, um lendário esquadrão de elite.
O local ainda resiste à ocupação malazana e é a joia cobiçada pela imperatriz Laseen, que não está disposta a estancar o derramamento de sangue enquanto não conquistá-lo. Porém, em pouco tempo fica claro que essa não será uma campanha militar comum: na Cidade do Fogo Azul não está em jogo apenas o futuro do Império Malazano, mas estão envolvidos também deuses ancestrais, criaturas das sombras e uma magia de poder inimaginável. Em Jardins da lua, Steven Erikson nos apresenta um universo complexo de cenários estonteantes e ações vertiginosas que mostram por que esta é considerada uma das maiores sagas épicas.
Título Jardins da Lua - O livro Malazano dos caídos #1 | Autor (a) Steven Erikson 
Editora Arqueiro (Livro cedido pela editora) | Páginas 608 | Ano 2017 | Classificação 5/5 🖤
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Publicada originalmente em 1999, a série de Erikson é conhecida por ser um tanto quanto complexa e não destinada à leitores preguiçosos, como o próprio autor comenta e deixa bem claro no prefácio de Jardins da Lua — o primeiro de dez livros do arco "O livro Malazano dos caídos" — e quanto a isso, não tiro sua razão. Confesso que após ler suas considerações, fiquei um pouco apreensiva com toda essa complexidade, mas veja, se não fosse por esse toque, considerado por mim um desafio pessoal, eu nunca teria conhecido e tirado tanto aproveito de uma leitura e de todo o seu universo.


Em Jardins da Lua acompanhamos o início da expansão e da busca pelo poder do Império Malazano, que se intensifica após a morte do Imperador Kellanved, realizada pelas mãos de Laseen — comandante de uma organização secreta do Império —, ocasionando uma traição que dá a ela o cargo de Imperatriz do continente de Malaz. Em sua busca desenfreada pelo poder, ela domina algumas das Cidades Livres de Genabackis — um conjunto de cidades com ricos recursos a serem explorados —, restando-a apenas uma, a resistente Darujhistan. Em sua campanha, ela travará lutas com e entre várias espécies, entre elas os Tiste Andii, seres ancestrais governados por Anomander Rake, que lutará bravamente para conter a sede de poder de Laseen. No meio de tantos conflitos, o comandante malazano Ganoes Paranlutará para sobreviver no meio de um jogo orquestrado por deuses e outras criaturas, que almejam também um poder maior, e perceberá que o Império não é tão justo quanto ele pensava. Nessa procura pelo controle, muitas coisas acontecerão e caberá ao leitor ter a vontade e curiosidade de descobrir e apreciar em seguida a genialidade do autor.


Acompanhamos o desenrolar dessa história junto aos mais variados tipos de personagens, desde um simples ladrão até um deus ancestral. Alianças são formadas e quebradas, perigos estão presentes a cada virar de páginas e grandes reviravoltas e surpresas são consequências dessa narrativa épica, que acontece em terceira pessoa e é alternada entre os personagens, que são em suma, marcantes e muito bem desenvolvidos.

Erikson possui uma escrita inteligente, utilizando com fulgor sua imaginação e criatividade para nos presentear com esse universo tão singular. Jardins da Lua é um prato cheio para quem admira e exige uma boa história fantástica, onde deuses ancestrais, raças não humanas, magos, assassinos e até mesmo dragões, são nossas companhias constantes.


A diagramação do livro é notável. Encontramos informações de grande importância para qualquer leitor, como o significado de muitas coisas presentes na história e ainda as ilustrações dos personagens principais na segunda e quarta capa da obra, o que facilita a compreensão e o usufruir da história e de seus personagens.


O universo Malazano, foi inicialmente projetado para uma campanha de RPG GURPS, Generic and Universal Role Playing System (Sistema Genérico e Universal de Interpretação de Papéis em tradução livre). Com a vastidão do universo, ocorreu até a criação de um roteiro para um possível filme, coisa que infelizmente não aconteceu, por falta de interesse de produtores. O universo Malazano, possui vários prequels e contos, mas isso é assunto para uma outra postagem.

STEVEN ERIKSON é arqueólogo, antropólogo e diplomado na Oficina de Escritores de Iowa, nos Estados Unidos. Jardins da lua foi finalista do World Fantasy Award e a série O Livro Malazano dos Caídos já vendeu 2 milhões de exemplares no mundo inteiro, tendo sido traduzida para 23 idiomas. Steven Erikson vive hoje no Canadá, sua terra natal.

Comentários

  1. Livraço! Não li ainda mas lerei assim que possível.

    Adoro fantasias, histórias épicas, aventuras em mundo ou realidades distópicas.

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  2. Olá!
    Não conhecia este livro e já me encantei com este lindo titilo. Sua resenha também aguçou muito a minha curiosidade. Gosto de livros assim e já coloquei em minha lista.

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  3. Ainda não conhecia o livro, eu sou o louco da fantasia! Amo! É meu gênero favorito. Vou ler!

    Obrigado pela dica!

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  4. Fiquei muito interessada, não sabia nada sobre esse livro! Tem tempo que não leio uma trama de aventura assim. Bjos

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  5. Olha, depois que eu li A Tormenta de Espadas, do George Martin, eu fiquei saturadíssimo de literatura épica de RPG. Todo esse nicho literário acaba sendo subaproveitado porque tenho visto que afasta os leitores justamente pela complexidade e pouco acessibilidade. De fato, admiro quem chega ao fim dessas sagas.

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  6. Embora goste muito de fantasias, não sou lá muito fã de historias épicas. E caramba uma série de 10 livros com uma historia complexa, definitivamente não poderia ler, nem se eu quisesse - to naquela correria do TCC, então to procurando historias mais leves e que me distraiam um pouco no momento. Mas quem sabe um dia haha

    Abraços
    www.desconstruindooverbo.com.br

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  7. Não conhecia o livro mas me interessei pela sinopse. Ótima resenha, parabéns!!

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  8. Amei sua resenha! Adoro sagas épicas, fico fascinada! Dica maravilhosa!

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  9. Conheci esse livro através da banda Caladan Brood, que tem suas letras inspiradas nessa saga, em 2014, e esperava desde essa época por esse livro.

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    Respostas
    1. Três anos esperando? Não era mais fácil ler em inglês mesmo? Ou a banda não era tão boa assim? Haha

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