Autor (a) Richard Matheson
Editora Aleph
Páginas 384
Ano 2015
Ano 2015
Uma impiedosa praga assola o mundo, transformando cada homem, mulher e criança do planeta em algo digno dos pesadelos mais sombrios. Nesse cenário pós-apocalíptico, tomado por criaturas da noite sedentas de sangue, Robert Neville pode ser o último homem na Terra. Ele passa seus dias em busca de comida e suprimentos, lutando para manter-se vivo (e são). Mas os infectados espreitam pelas sombras, observando até o menor de seus movimentos, à espera de qualquer passo em falso... Eu sou a lenda, é considerado um dos maiores clássicos do horror e da ficção científica, tendo sido adaptado para o cinema três vezes.
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Você consegue se imaginar sozinho no planeta Terra, buscando diariamente todos os meios possíveis para garantir a sua sobrevivência e acima de tudo tendo que combater algo que não compreende, sem deixar de acreditar e lutar por sua vida? Não? Mas acredite, o autor estadunidense Richard Matheson já imaginou, tanto que hoje temos o clássico "Eu sou a Lenda"!
A obra foi escrita em 1954 e em 2015 ganhou uma edição incrível pela Editora Aleph. A história é considerada uma dos grandes clássicos do horror e ficção científica, virando um grande marco para inúmeros filmes, como o longa A Noite dos Mortos-Vivos, de George Romero e inspirando vários autores, como Stephen King.
Sobre a história, vamos começar por esclarecer o óbvio, o filme "Eu Sou a Lenda" protagonizado por Will Smith em 2007 não consegue arranhar a superfície do livro de Richard Matheson, não por uma questão de qualidade, mas de profundidade! O filme é claramente voltado para as cenas de ação e a necessidade semiautomática de transformar o protagonista em herói, já o livro de 1954, trata de enumerar a quantidade de vezes em que um homem, Robert Neville, pode perder as esperanças.
Um aspecto interessante da história é a desinformação criada pelo autor em relação à proporção da doença, sabemos que há muitas mortes, porém aquilo seria local, mundial, haveria colônias? Penso que deste ponto de vista vem o título do livro, o protagonista é a “lenda” pelo menos no raio que ele poderia percorrer durante um dia sem que fosse morto pelos vampiros na primeira noite sem abrigo.
Como o livro foi publicado em 1954 e se passa em a partir de 1976, isso torna a trama “futurística”, e é curioso, e de certa forma engraçado, como até mesmo os grandes autores da época não imaginavam que a sociedade iria evoluir significativamente no decorrer de 20 anos.
Há um grande choque de realidades ao se comparar o universo do livro com os universos pós-apocalípticos do século XXI. Penso eu que, devido à globalização, estamos muito preocupados em maximizar os acontecimentos, acompanhar vários personagens de inúmeras perspectivas e detalhar excessivamente a mitologia de uma história. "Eu Sou a Lenda" parte do princípio contrário, onde o próprio personagem é quase sempre seu maior inimigo, seus conflitos são interiorizados, a bebida atua como veneno e remédio ao mesmo tempo e Richard Matheson descreve essa aflição com maestria.
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